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Todos acreditam que eles possuem mais do que tem, por
isso, Tertuliano e Anatércia, são vítimas da ambição e da ganância de dois
malfeitores. O que os vilões não sabem é que, Tertuliano e Anatércia, de bobos
só tem a cara.
Sobre
o Texto:
Tertuliano e Anatércia é um texto
que obedece a estrutura clássica da farsa; o nde o espectador tem o conhecimento
das falcatruas e armações que acontecem em cena e julgam que os demais
personagens desconhecem sua condição de vítima. Esta estrutura antecipa o riso
e torna o espectador cúmplice da trama.
Por ter sido construído para ser
encenado por dois atores, apenas, o texto de Reynaldo Barreto Lisboa acentua
ainda mais a farsa, evidenciando a teatralidade com trocas de figurinos a olhos
vistos e apela, demasiadamente, à cumplicidade da plateia. Os atores vivem quatro
personagens que, devido à trama, desdobram-se para seis personagens.
Tertuliano e Anatércia são dois
irmãos que vivem em uma localidade rural, em uma chácara herdada do pai, o
falecido “Véi” Messias. Como em toda comunidade rural, os boatos se proliferam
e se intensificam, à medida que as histórias e os causos vão sendo contados.
Conta-se por lá que Tertuliano e
Anatércia, além da chácara, também herdaram do pai, que em certo momento de sua
vida trabalhou no garimpo, um baú com um tesouro valioso e que nem mesmo os
herdeiros sabem onde está enterrado este tesouro naquela chácara. Tal história
ganhou força na boca do povo e, não raramente, o casal de irmãos é assediado
por todo tipo de gente querendo comprar ou usurpar suas terras.
Deocleciano Bagatela, um vigarista
afamado por seus golpes, é um desses que ambicionam a propriedade dos irmãos
Messias e, ao lado de sua comparsa, Lindaura, não menos cafajeste que ele, tramam
um plano infalível para ludibriar Tartuliano e Anatércia e pôr as mãos no
tesouro do “Véi”Messias.
Os quatro personagens desfilam seus
desvios de conduta, estimulados pela ambição, pela ganância e pelo instinto de
defesa.
Duas perguntas podem povoar a
cabecinha dos nossos espectadores ao fim do espetáculo: Os fins justificam os
meios? Somos, todos, farinhas do mesmo saco? E a resposta é...
O espetáculo teve a sua estreia no dia 28/09/2014 no Teatro Raul Cortez - Centro Cultural Oscar Niemeyer em Duque de Caxias, dentro do XI Festival Nacional de Teatro.