domingo, 18 de setembro de 2011

VIII Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias.

Começou no dia 09 de setembro de 2o11 a oitava edição do Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias. Foram mais de 100 inscrições de vários estados brasileiros. 35 trabalhos foram selecionados. Nesta edição estão representados os estados do Mato Grosso do Sul, SãoPaulo, Minas Gerais, Espírito Santo e claro, Rio de Janeiro. Além das diversas propostas e experimentações estéticas, teremos obras importantes da literatura dramática ocidental. Para citar algumas: Yerma, de Federico Garcia Lorca; Álbum de Família, de Nélson Rodrigues; "S" Fragmentos de textos de Tchekov, O Burgês Ridículo, de Molliere e Apareceu a Margarida, de Roberto Athaíde. Novos autores também marcam presença no evento. Até hoje, no décimo dia do Festival, o diagnóstico tem sido muito favorável. Mais que premiar e ainda que de forma modesta qualificar os espetáculos, o evento tem cumprido o seu maior objetivo que é o de promover e o de possibilitar o acesso do público em geral a esta linguagem e suas diversas formas. Mais uma vez o CPTDC e seu diretor Guedes Ferraz estão de parabéns. Vem aí a última semana que, por esta primeira, já nos apresenta um fechamento de sucesso. A premiação seráno dia 25/09.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Ferrovia Que Cortava a Cidade.


Cartaz da peça criado pela agência Bunker.
Release:
Quando as nossas mentiras se transformam em nossas verdades as consequências podem ser irreversíveis. Duas irmãs marcadas por um trauma na infância descobrem que suas lembranças atormentam, perturbam e aprisionam, mas também descobrem, nestas mesmas lembranças, a possibilidade de se libertarem.
Aline Garcia e Marcia Aicram.
Sobre o texto:
Até que ponto o medo e as incertezas plantadas em nossas vidas desde a infância podem interferir em nosso futuro e influenciar a formação do nosso caráter, da nossa personalidade? Partindo deste questionamento o autor nos apresenta duas personagens que, sob uma lente aumentada, vivem enclausuradas fisicamente e psicologicamente, uma por consequência e a outra por opção. A Ferrovia que Cortava a Cidade, de Reynaldo Barreto Lisboa, é um texto que passeia por gêneros dramáticos como o expressionismo, o absurdo e também apresenta fortes características do realismo poético. O autor mescla alguns elementos em uma abordagem psicológica, poética e simbolista, alterando sensivelmente a narrativa clássica - já que o fim é uma sugestão para o recomeço - para contar a história de duas irmãs que sofrem um trauma na infância; o que desencadeia uma avalanche de mentiras com o único objetivo de conter as lembranças do passado. Medo, mentira, amizade e amor são os ingredientes que vão gerar os conflitos da trama que se passa em uma melancólica cidadezinha cortada por uma ferrovia.

Elenco:


Aline Garcia e Marcia Aicram

Ficha Técnica:
Cenário: Reynaldo Barreto Lisboa; Cenotécnica: Aline Garcia; Figurinos: Lúcia Reis; Iluminação: Reynaldo Barreto Lisboa; Músicas: Joel Bezerra;
Projeto Gráfico e Marketing: Marcelo Monteiro -  Agência Bunker              
Texto e Direção: Reynaldo Barreto Lisboa.

                                
 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ventarolar é Preciso.

No início do segundo trimestre de 2010 me vi, enquanto diretor de teatro, à margem de um deserto criativo . Das alternativas que a mim se apresentarão, debrucei-me - para ser poético - na escrivaninha a escrever. Foram quatro textos até meados de 2012. "A Estupenda Trupe da Grandiosa Jornada"; "Bicicleta e Girassóis"; "Eus" e "A Ferrovia que Cortava a Cidade". Graças a Deus os meus passos seguintes não foram em direção ao deserto. O contornei guardando na memoria sensorial, para criar defesas e nunca mais me aproximar deste cenário áspero e branco, o calor e a secura da garganta, além do peso que a areia fofa produzia em meus pés criando uma enorme dificuldade na caminhada. Neste novo momento o que objetivamos, mais que a construção do espetáculo, é a revitalização do próprio artista. Como em qualquer edificação o que vai determinar a resistência e a durabilidade do que se construiu é a base, a fundação, o alicerce. Como artistas constantemente nossas bases estão sendo testadas. Até então temos sido aprovados nesta "vistoria" natural da carreira artística. Entendemos que a arte é efêmera, mas enquanto o artista for produtivo e, de alguma forma, alcançar o seu público, ela se mantém viva. As dúvidas e as dificuldades do fazer teatral não podem nos fazer sucumbir. Se isto acontecer é por que a base não foi bem estruturada. É exatamente disso que o texto "A Estupenda Trupe da Grandiosa Jornada" fala. Ambientado na Europa de meados do Séc. XVIII, apresenta um casal de irmãos, artistas, que viajam entre províncias e povoados levando a sua arte e batalhado pelo seu pão. O texto reflete este conflito que permeia o universo criativo do artista soprando muitas vezes como brisa, outras como vento e até mesmo como tufão, como ciclone. Mas lá na base o teatro nos ensinou que *uma menininha pode se divertir na cacunda do vento. Sei que é difícil, mas depois de algum tempo nesta carreira temos que tirar proveito e fazer do vento nosso aliado para continuar. A receita é simples: basta saber *ventarolar. Saudações.


(*) referente ao texto "A menina e o vento" de Maria Clara Machado.