"... O teatro é o instrumento mais útil para a edificação de um povo e o barômetro que marca a sua grandeza ou o seu declínio. Um teatro sensível e bem alicerçado em todos os seus ramos pode trocar a sensibilidade de um povo, mas um teatro destroçado, onde os pezunhos substituem as asas, pode narcotizar e adormecer uma nação inteira...". Federico Garcia Lorca
domingo, 9 de novembro de 2014
terça-feira, 30 de setembro de 2014
"TERTULIANO E ANATÉRCIA" - NOSSO NOVO TRABALHO.
Release:
Todos acreditam que eles possuem mais do que tem, por
isso, Tertuliano e Anatércia, são vítimas da ambição e da ganância de dois
malfeitores. O que os vilões não sabem é que, Tertuliano e Anatércia, de bobos
só tem a cara.
Sobre
o Texto:
Tertuliano e Anatércia é um texto
que obedece a estrutura clássica da farsa; o nde o espectador tem o conhecimento
das falcatruas e armações que acontecem em cena e julgam que os demais
personagens desconhecem sua condição de vítima. Esta estrutura antecipa o riso
e torna o espectador cúmplice da trama.
Por ter sido construído para ser
encenado por dois atores, apenas, o texto de Reynaldo Barreto Lisboa acentua
ainda mais a farsa, evidenciando a teatralidade com trocas de figurinos a olhos
vistos e apela, demasiadamente, à cumplicidade da plateia. Os atores vivem quatro
personagens que, devido à trama, desdobram-se para seis personagens.
Tertuliano e Anatércia são dois
irmãos que vivem em uma localidade rural, em uma chácara herdada do pai, o
falecido “Véi” Messias. Como em toda comunidade rural, os boatos se proliferam
e se intensificam, à medida que as histórias e os causos vão sendo contados.
Conta-se por lá que Tertuliano e
Anatércia, além da chácara, também herdaram do pai, que em certo momento de sua
vida trabalhou no garimpo, um baú com um tesouro valioso e que nem mesmo os
herdeiros sabem onde está enterrado este tesouro naquela chácara. Tal história
ganhou força na boca do povo e, não raramente, o casal de irmãos é assediado
por todo tipo de gente querendo comprar ou usurpar suas terras.
Deocleciano Bagatela, um vigarista
afamado por seus golpes, é um desses que ambicionam a propriedade dos irmãos
Messias e, ao lado de sua comparsa, Lindaura, não menos cafajeste que ele, tramam
um plano infalível para ludibriar Tartuliano e Anatércia e pôr as mãos no
tesouro do “Véi”Messias.
Os quatro personagens desfilam seus
desvios de conduta, estimulados pela ambição, pela ganância e pelo instinto de
defesa.
Duas perguntas podem povoar a
cabecinha dos nossos espectadores ao fim do espetáculo: Os fins justificam os
meios? Somos, todos, farinhas do mesmo saco? E a resposta é...
O espetáculo teve a sua estreia no dia 28/09/2014 no Teatro Raul Cortez - Centro Cultural Oscar Niemeyer em Duque de Caxias, dentro do XI Festival Nacional de Teatro.
sábado, 13 de setembro de 2014
"Tertuliano e Anatércia". O Novo Trabalho da Cia da Capital.
A Cia.
Teatral da Antiga Capital Federal estreia no próximo dia 28 de Setembro o seu
mais recente trabalho. Trata-se da comédia “Tertuliano e Anatércia”.
Uma deliciosa
farsa, de ares rural, que conta como dois irmãos, herdeiros de uma velha
chácara, se transformaram no alvo preferido da ganância e da cobiça de inúmeros
vigaristas, falsários e, toda sorte de mal-feitores de uma determinada região.
Todos acreditam que eles possuem mais do que
tem. Mas, o que os vilões não sabem é que, Tertuliano e Anatércia, de bobos só tem a
cara.
Fiéis a
característica principal da Companhia, os atores, Marcia Aicram e Reynaldo
Barreto Lisboa, este último que assina também o texto e a direção, se lançam em mais uma
proposta autoral.
Todos os detalhes deste novo trabalho vocês saberão nas próximas postagens
que trarão também, fotos e vídeos do espetáculo.
Até mais!
sábado, 30 de agosto de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
TEXTO TEATRAL "AQUI NÃO É BURKINA FASO".
No ano passado, 2013, no período em que Eu, Marcia Aicram e Guedes Ferraz, fazíamos a preparação do elenco e a produção do Projeto Ensina em Cena em Angola, estava acontecendo em Luanda, na Associação dos Escritores Angolanos, um Festival de Teatro.
Em uma das noites de apresentação, o Guedes Ferraz, que havia ido só, conheceu o ator angolano Filipe Petronilho. Consequentemente, mais tarde, eu próprio o conheceria.
Deste encontro de pessoas de interesses afins, surgiu a proposta de eu escrever um texto para o Filipe montar com outro ator angolano. Era um desejo pessoal dele.
Estávamos trabalhando no Projeto com dois atores do Elinga Teatro, o Vírgula Capomba e o Honório de Polls. Sugerimos ao Felipe que convidasse o Vírgula para este trabalho por terem idades mais próximas. Honório era o mais novo deles.
O mês era Julho e o texto ainda não existia, mas, Felipe aceitou a proposta.
Só faltava, agora, o texto e promover o encontro de ambos, que, apesar de serem atores angolanos e frequentarem os mesmo lugares, ainda não se conheciam.
Em dezembro, já no Brasil, o texto foi concluído.
Retornei a Angola em Fevereiro de 2014.
Promovi o encontro dos dois atores e entreguei a eles as primeiras cópias do texto de teatro do absurdo "Aqui não é Burkina Faso".
O título é uma provocação. Burkina Faso, na fusão de duas línguas nacionais deste país africano, significa: Lugar (terra) de homens de bem, de homens íntegros, honestos.
Fiquei muito orgulhoso por ter escrito este texto que nada mais é que a minha percepção sobre os conflitos gerados no continente africano e a conquista e a manutenção da paz. Orgulhoso por ter entregue a homens de teatro que vivenciaram e sentiram na pele esta realidade e ainda assim, aceitaram o conteúdo do texto com toda sua provocação, poesia e teor crítico.
Por outro lado, posso afirmar que não se trata de um texto datado ou com imposições limítrofes.
O assunto Guerra e Paz é inesgotável e infelizmente possui identidade com diversos povos, raças, culturas. É um mal da humanidade.
Não descrevo no texto situações próprias de África ou Europa. América ou Ásia. O texto aborda os conflitos na sua macro visão e de forma subjetiva. O gênero, Absurdo, nos permite um olhar consciente e profundo, transcrito em divagações instigantes.
Arrabal com seu irônico Piquenique no Front, não nos impõe barreiras geográficas.
Assim também os clássicos A Paz e Lisístrata, de Aristófanes, tratam do assunto como uma ferida humana e não como um património grego. Ainda que a data e a localização estejam bem definidas.
Este é o grande barato do teatro; espelhar o ser humano e suas mazelas, seus sonhos e suas riquezas. Sua miséria, sua fé. Sua história e seus delírios. Como Lorca dizia:
"...O teatro que não recolhe o latejo social, a palpitação história, a cor genuína de suas paisagem, o drama de sua gente, com risos e lágrimas, não pode ser chamado de teatro."
Espero um dia retornar a Angola e assistir a estes amigos atores em cena com este trabalho. Afinal, é um texto para teatro e, como tal, só estará completo após a sua encenação.
Reynaldo Barreto Lisboa.
Diretor e Dramaturgo da Cia da Capital.
Em uma das noites de apresentação, o Guedes Ferraz, que havia ido só, conheceu o ator angolano Filipe Petronilho. Consequentemente, mais tarde, eu próprio o conheceria.
Deste encontro de pessoas de interesses afins, surgiu a proposta de eu escrever um texto para o Filipe montar com outro ator angolano. Era um desejo pessoal dele.
Estávamos trabalhando no Projeto com dois atores do Elinga Teatro, o Vírgula Capomba e o Honório de Polls. Sugerimos ao Felipe que convidasse o Vírgula para este trabalho por terem idades mais próximas. Honório era o mais novo deles.
O mês era Julho e o texto ainda não existia, mas, Felipe aceitou a proposta.
Só faltava, agora, o texto e promover o encontro de ambos, que, apesar de serem atores angolanos e frequentarem os mesmo lugares, ainda não se conheciam.
Em dezembro, já no Brasil, o texto foi concluído.
Retornei a Angola em Fevereiro de 2014.
Promovi o encontro dos dois atores e entreguei a eles as primeiras cópias do texto de teatro do absurdo "Aqui não é Burkina Faso".
O título é uma provocação. Burkina Faso, na fusão de duas línguas nacionais deste país africano, significa: Lugar (terra) de homens de bem, de homens íntegros, honestos.
Fiquei muito orgulhoso por ter escrito este texto que nada mais é que a minha percepção sobre os conflitos gerados no continente africano e a conquista e a manutenção da paz. Orgulhoso por ter entregue a homens de teatro que vivenciaram e sentiram na pele esta realidade e ainda assim, aceitaram o conteúdo do texto com toda sua provocação, poesia e teor crítico.
Por outro lado, posso afirmar que não se trata de um texto datado ou com imposições limítrofes.
O assunto Guerra e Paz é inesgotável e infelizmente possui identidade com diversos povos, raças, culturas. É um mal da humanidade.
Não descrevo no texto situações próprias de África ou Europa. América ou Ásia. O texto aborda os conflitos na sua macro visão e de forma subjetiva. O gênero, Absurdo, nos permite um olhar consciente e profundo, transcrito em divagações instigantes.
Arrabal com seu irônico Piquenique no Front, não nos impõe barreiras geográficas.
Assim também os clássicos A Paz e Lisístrata, de Aristófanes, tratam do assunto como uma ferida humana e não como um património grego. Ainda que a data e a localização estejam bem definidas.
Este é o grande barato do teatro; espelhar o ser humano e suas mazelas, seus sonhos e suas riquezas. Sua miséria, sua fé. Sua história e seus delírios. Como Lorca dizia:
"...O teatro que não recolhe o latejo social, a palpitação história, a cor genuína de suas paisagem, o drama de sua gente, com risos e lágrimas, não pode ser chamado de teatro."
Espero um dia retornar a Angola e assistir a estes amigos atores em cena com este trabalho. Afinal, é um texto para teatro e, como tal, só estará completo após a sua encenação.
Reynaldo Barreto Lisboa.
Diretor e Dramaturgo da Cia da Capital.
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